XV Copa do Mundo da FIFA - 1994
Curiosidades da Copa do Mundo de 1994
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  • Foi o último mundial a ter 24 seleções disputando o torneio. Na Copa da França, em 1998, seriam 32 seleções, critério que se segue até hoje.
  • O fraco desempenho técnico e a baixa média de gols no Mundial anterior fez a FIFA mudar algumas regras do jogo para torná-lo mais atraente aos olhos do público. Entre as mudanças, merecem ser citadas: Num lance que possa gerar dúvida, o benefício será dado sempre à equipe que ataca; no atraso de bola (recuo de bola) feito com os pés ao goleiro, ele só pode receber a bola com os pés; a exceção da regra só vale se a bola for atrasada com o peito ou a cabeça, para que o goleiro possa agarrar a bola; cartão vermelho ao jogador que atingir o adversário por trás; o mesmo vale para o jogador que comete falta como último homem da defesa; substituição do goleiro, em caso de contusão ou expulsão do mesmo; três pontos por vitória para estimular as equipes a jogar pela vitória; regra do impedimento revista: no momento do passe dado ao jogador, é considerado condição legal se o atleta que receber a bola estiver atrás da linha do último homem de defesa ou na mesma linha desse último homem; antes, a condição da mesma linha era considerada impedimento; todos os 11 reservas ficam no banco de reservas; antes disso, o treinador era obrigado a escolher 5 dos 11 reservas para serem relacionados no banco de reservas; os números dos atletas devem ficar nas costas da camisa em números grandes, com o respectivo nome do atleta; as camisas devem ter números também na frente, em dimensões menores ou iguais as que devem ficar na frente do calção. Diante disso, os jogos tiveram 141 gols marcados, ao contrário do mundial anterior, que teve 115 gols marcados.
  • Ao vencerem o Marrocos por 2 a 1 na 1ª fase, os jogadores da Arábia Saudita ganharam do Rei Fahd um automóvel cada um como premiação. Como só foram eliminados nas Oitavas-de-Final, ao voltarem, receberam além do carro, um apartamento. Presentes dados pelo monarca, apaixonado por futebol.

  • No jogo da 1ª fase entre Romênia e Colômbia, o meia romeno Gheorghe Hagi marcou o 2° gol de sua equipe, num chute de 30 metros da intermediária esquerda que encobriu o goleiro colombiano Óscar Córdoba, com a bola entrando no ângulo. Ao ser questionado pelo gol, ele disse: "Meu pé esquerdo é realmente muito bom.".

  • No jogo entre Estados Unidos e Colômbia o zagueiro Andrés Escobar marcou um gol contra, na derrota por 2 a 1. Dias depois, já de volta ao país, o zagueiro foi brutalmente assassinado com 15 tiros num restaurante em Medellín, por um apostador que era ligado ao Cartel de Medellín. O assassino, quando disparava os tiros que mataram Escobar, gritava "gol".

  • Durante a participação na Copa, torcedores camaroneses incendiaram a casa do goleiro camaronês Joseph-Antoine Bell. Ele foi considerado culpado pela péssima campanha dos Leões Indomáveis.

  • O centroavante russo Oleg Salenko conseguiu um recorde. Ele marcou 5 gols numa só partida, quando sua equipe na goleou Camarões por 6 a 1. Até hoje, ninguém conseguiu igualar tal feito. O detalhe é que ele nem fazia parte da formação original da sua seleção para a Copa de 1994.

  • Somando estes 5 gols, ao gol que marcara de pênalti na derrota por 3 a 1 para a Suécia, o próprio Salenko contou com 6 gols, e acabaria a competição como artilheiro do Mundial, juntamente com o búlgaro Hristo Stoitchkov. Mas nunca mais conseguiu repetir a façanha, nem teve mais sucesso na carreira, sendo obrigado a abandonar o futebol 7 anos depois devido a uma lesão nos ligamentos.

  • Na mesma partida em que Salenko fez 5 gols, o centroavante camaronês Roger Milla se tornou o jogador mais velho a marcar um gol em Copas do Mundo. Ele marcou a 1 minuto do 2° tempo o único gol de sua seleção aos 42 anos de idade. Um recorde que persiste até hoje.
  • Ao marcar um gol na partida entre Brasil e Holanda, pelas Quartas-de-Final, o atacante brasileiro Bebeto comemorou como se embalasse uma criança. Motivo: o gol era dedicado ao seu filho Mattheus (nascido na véspera), em homenagem ao craque alemão Lothar Matthäus. Antes disso, Bebeto já tinha homenageado o companheiro de time Leonardo quando marcou seu gol no jogo em que o Brasil venceu Camarões por 3 a 0 na 1ª fase, pelo nascimento do filho de Leonardo.
  • O mundial dos EUA testemunhou a primeira (e única) expulsão de um goleiro em Copas: o italiano Gianluca Pagliuca conseguiu tal feito na partida contra a Noruega na primeira fase. Aos 22 minutos do primeiro tempo, em um contra-ataque norueguês, o goleiro italiano deu um tapa na bola fora de sua área. Como era o último homem da defesa, ele foi expulso. Aí entrou a regra da terceira substituição: para entrar o goleiro reserva Luca Marchegiani, o treinador italiano Arrigo Sacchi tirou o atacante Roberto Baggio. Pela expulsão, o goleiro italiano pegou 2 jogos de suspensão, só voltando ao time titular no jogo de quartas-de-final diante da Espanha.
  • O meia argentino Diego Armando Maradona foi flagrado no exame antidoping na partida entre Argentina e Nigéria na primeira fase. Em sua urina foram apresentadas as seguintes substâncias: efedrina, norefedrina, pseudoefedrina, norpseudoefedrina e metaefedrina. Como o jogador já havia sido suspenso por 15 meses num exame antidoping realizado quando jogava na equipe italiana do Napoli em 1991, a FIFA puniu o jogador por mais 15 meses de suspensão. Maradona, após cumprir nova punição, voltou à Argentina para encerrar sua carreira no seu clube de coração, o Boca Juniors, onde, após ser pego novamente no antidoping, encerrou a carreira em 1997, no dia em que completava 37 anos.
  • O cartão amarelo mais rápido da Copa de 1994 foi dado ao russo Sergey Gorlukovich, quando o jogo contra a Suécia nem havia começado. Ele acabou igualando a façanha do italiano Giampiero Marini, que também recebeu amarelo antes do início do jogo contra a Polônia, em 1982.
  • Após ter sua seleção eliminada pela Bulgária nas quartas-de-final, o goleiro alemão Bodo Illgner xingou o treinador Berti Vogts e o preparador de goleiros Sepp Maier. Por tais declarações, ele nunca mais foi convocado para defender a seleção alemã. Em 1997, o goleiro foi jogar na equipe espanhola do Real Madrid, mostrando muito do seu talento, ganhando 3 Ligas dos Campeões e 2 Mundiais Interclubes, e por lá mesmo encerrou sua carreira de jogador em 2001, aos 34 anos, em decorrência de uma prolongada lesão no ombro.
  • O meia alemão Stefan Effenberg foi substituído no jogo entre Alemanha e Coréia do Sul. Ao sair, fez um gesto obsceno para a torcida presente no estádio Cotton Bowl em Dallas. Sua atitude custou caro. No dia seguinte, ele, que já era famoso por sua rebeldia, foi desligado da delegação alemã pelo treinador Berti Vogts. Motivo: indisciplina.
  • No jogo entre Bulgária e México, válido pelas oitavas-de-final, no Giants Stadium em Nova Iorque, ocorreu um lance inusitado: no 2º tempo, houve um escanteio a favor do México, e a bola foi afastada pela defesa búlgara. O defensor mexicano Marcelino Bernal, na tentativa de alcançar a bola de cabeça, se apoiou na trave e na rede, quebrando a haste atrás da trave, que sustentava a rede. O jogo foi interrompido para a troca da trave. Em apenas oito minutos, os organizadores trouxeram uma nova trave com rede, a substituíram, e o jogo pode continuar normalmente. O brasileiro Zaguinho, naturalizado mexicano, ajudou na troca da trave.
  • Várias ausências foram sentidas no Mundial dos EUA: Brian Bliss, Gregg Berhalter, Predrag Radosavljević, o Preki, e Desmond Armstrong (EUA - Armstrong estava trabalhando como comentarista), Careca, Ricardo Gomes e Mozer (Brasil), Eugene Ekéké (Camarões), Andrey Kanchelskis, Igor Dobrovolskiy, Sergey Kiryakov, Igor Kolyvanov Igor Shalimov e Akhrik Tsveiba (Rússia), Niclas Alexandersson (Suécia), Markus Babbel, Oliver Bierhoff e Olaf Thon (Alemanha), Emilio Butragueño (Espanha), Leonardo Astrada, Néstor Gorosito e Alberto Acosta (Argentina), Pietro Vierchowod e Riccardo Ferri (Itália) e Stanley Menzo (Holanda).
  • A Rússia foi a que mais sentiu as ausências de seus atletas. Como os principais jogadores do país não foram atendidos em suas exigências por melhores premiações em dinheiro em caso de vitórias na Copa, esse grupo decidiu não servir a seleção nacional. Os jogadores eram liderados por Igor Shalimov, da Internazionale, e Sergey Kiryakov, da equipe alemã do Karlsruhe, equipes de ponta do futebol europeu. O motivo seria o baixo valor oferecido pela federação local, mas quatro anos depois, o treinador russo na época, Pavel Sadyrin, disse para o ex-jogador inglês Gary Lineker, em um programa de entrevistas para a rede britânica BBC que o motivo era que ele só apoiaria os jogadores em suas exigências, caso eles apoiassem em aumentar o salário do treinador (durante os quatro anos em que esteve à frente da seleção, ele disse ter ganho apenas US$ 200). Como os jogadores se recusaram a apoiá-lo, ele não levou adiante o apoio às suas exigências. Com isso, a Rússia foi disputar o Mundial desfalcada de seus principais atletas.
  • Quem imaginaria que uma Copa disputada nos EUA seria um sucesso de público? Pois foi o que aconteceu: o Mundial de 1994 registrou a maior média de público da história, 68.991, com um total de 3,5milhões de ingressos vendidos.
  • Os termômetros registraram temperaturas altíssimas durante os jogos. Na partida entre Alemanha e Coréia do Sul, em Dallas, o calor bateu nos 46ºC.
  • Assim como a Copa anterior, a decisão foi em penalidades. Em 1990, o pênalti foi no tempo normal e em 1994 foi nas cobranças de pênaltis.
  • A Copa teve de tudo, público que apaludia até lateral, estádios cobertos e grama sintética.
  • Foram 24 anos com o grito de campeão engasgado na garganta, mas a torcida brasileira pôde finalmente comemorar a vitória na Copa dos Estados Unidos.
  • Depois de popularizar o futebol por praticamente todo o mundo, faltava à Fifa desbravar o concorrido mercado americano. Na preferência do torcedor americano, o futebol perde feio para o beisebol, o futebol americano, o basquetebol e o hóquei sobre o gelo. Mas, ainda assim, motivada pela perspectiva de grande lucro, a Federação de Futebol dos Estados Unidos encaminhou à Fifa sua candidatura para sediar a Copa do Mundo de 94. O país acabou sendo escolhido, vencendo candidatos como Marrocos e Brasil.
  • E os americanos provaram sua competência empresarial. Com um marketing eficiente, fizeram com que a Copa tivesse a maior média de público até então. Cada jogo reuniu público de 70 mil pessoas. Cerca de 3 bilhões de telespectadores no mundo inteiro acompanharam o torneio.
  • Depois de um jogo duríssimo, onde o lateral Leonardo foi expulso por ter atingido deslealmente um jogador americano com uma fortíssima cotovelada no rosto, o Brasil venceu por 1 a 0, com um gol de Bebeto, marcado a 15 minutos do final.
  • Apesar da vitória e do título inédito, a campanha da seleção deixou a desejar. Os críticos não se conformavam em ver o time do Brasil com características defensivas.
  • Na Copa dos Estados Unidos, aconteceu o gol de número 1.500 da história da competição. O tento histórico foi marcado pelo jogador argentino Claudio Caniggia na vitória da seleção de seu país por 2 a 1 sobre a Nigéria na primeira fase.
  • Em homenagem ao piloto de F-1 Ayrton Senna, morto no mesmo ano em acidente em Imola, em San Marino, os jogadores exibiram, após a final contra a Itália, uma faixa que dizia: "Senna, aceleramos juntos. O tetra é nosso".
  • Pela primeira vez, foram disputados jogos de Copa do Mundo num estádio coberto, o Silverdome, em Detroit. O Brasil enfrentou ali a Suécia, na primeira fase, empatando em 1 a 1, gol de Romário. Foi o único jogo não vencido pela seleção.
  • O avião em que a delegação brasileira voltou dos EUA trouxe muito mais do que a taça. Atletas, comissão técnica e 'convidados' desembarcaram cerca de 17 toneladas de bagagem, grande parte formada por compras. Na chegada, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira (que também tinha feito "comprinhas" para seu bar no RJ), ameaçou cancelar o desfile da seleção caso a carga fosse retirada para vistoria da Receita Federal.

  • Com a conquista de 1994, o brasileiro Mario Jorge Lobo Zagallo tornou-se o único homem a vencer o Mundial em quatro oportunidades. Em 1958 e 1962, ele ganhou como jogador. Em 1970, Zagallo foi o técnico campeão. Em 1994, triunfou como coordenador técnico.

  • Na disputa do terceiro lugar, o búlgaro Mihailov foi substituído por Nikolov no intervalo, quando sua equipe perdia por 4 a 0. Foi apenas a segunda vez na história das Copas do Mundo que um goleiro foi substituído sem estar machucado. Antes, apenas Muampa Kazadi, do Zaire, havia ido mais cedo para o chuveiro. Ele saiu aos 22min do jogo contra a Iugoslávia, em 1974, quando o placar apontava 3 a 0 para os rivais. O jogo terminou 9 a 0.

  • O Brasil foi a única seleção de toda a América a alcançar as quartas de final do torneio. Entre os oito times finalistas, sete eram europeus.

  • No dia 18 de junho de 1994, EUA e Suíça fizeram o primeiro jogo em estádio coberto da história das Copas. O jogo foi realizado no Pontiac Silverdome, em Detroit, e terminou empatado em 1 a 1. O Brasil também atuou neste estádio, na terceira rodada, e empatou em 1 a 1 com a Suécia.

  • Muitos pesos pesados, não chegaram até as finais: Inglaterra, Dinamarca (campeã européia de 1992), Portugal, Polônia e, mais uma vez, a França, eliminada por um gol da Bulgária no último segundo do último jogo classificatório. A Iugoslávia, assolada pela guerra civil da Bósnia, também ficou excluída.

  • Foi a única vez em que o Brasil foi campeão mundial sem enfrentar a Inglaterra.

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